quinta-feira, 28 de julho de 2005

Monobloco + Velha Guarda do Funk


A batida do carnaval se encontra com o batidão dos bailes das galeras. Durante três quintas, o Circo Voador foi embalado pelas batidas do Monobloco e da Velha Guarda do Funk, em noites que sacudiram a cintura de quem gosta de dançar.

Composta por Júnior e Leonardo, Duda do Borel e MC Galo, e contando com a participação neurótica do Mr. Catra, a velha guarda do funk abria os trabalhos da noite com muito swing e clássicos dos bailes como os hits “Rap das Armas”, “Endereço dos Bailes”, “Rap da Rocinha” e “Rap do Borel”.
Depois do público ficar devidamente no ponto, é a hora da bateria do Monobloco subir ao palco e embalar a galera com sucessos dos Titãs (“Diversão”), Alceu Valença (“Morena Tropicana”), Tim Maia (“Que beleza! Imunização Racional”), Luiz Melodia (“Negro Gato”), e outros craques representados na voz de Pedro Luís, Fábio Alman e Sérgio Loroza. Acompanhando os ritmistas, o cavaquinho eletrificado do músico e compositor Rodrigo Maranhão. O Circo Voador vira um coral quando o Monobloco chama seu grito de guerra: - Vai, sai da frente, o Monobloco é chapa quente!

Quando a gente pensa que a coisa está no fim, a velha guarda do funk volta ao palco para uma dobradinha de balanço com o Monobloco que leva a moçada até o chão. E cada quinta reservou uma surpresa especial. Teve Catra com o Monobloco, aniversário do Leonardo, da dupla Júnior e Leonardo, coreografias do Sérgio Loroza, e a descontração sem fim do público, atropelado com gosto pela sonoridade sem fim dessa turma.

Lencinho Smith

Evento ocorrido nas quintas-feiras, 21 e 28 de julho de 2005.

terça-feira, 5 de julho de 2005

Samba em 4 tempos

Sempre tem alguém pra ser do contra. E partindo desse princípio, um funcionário do Circo Voador apostou que não viriam nem 100 pessoas para um samba na Lapa na terça a noite. Perdeu a aposta. Na primeira noite do evento Samba em 4 Tempos, quase 1000 pessoas dançaram até perto das quatro da manhã ao som das bandas Casuarina, Anjos da Lua, Batuque na Cozinha e Galocantô.

A platéia, praticamente formada por gatinhas bonitas e charmosas, e rapazes galantes e dançantes, acompanhou a evolução do samba contada por estes grupos com a ajuda do DJ Dodô e do apresentador Tião Mocotó, que em futuras edições revezará o palco com Léo Almeida. Noel Rosa, Cartola, Jackson do Pandeiro, Baden Powell e outros bambas baixaram no Circo Voador através de suas músicas. Paulinho da Viola, Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e tantos outros também tiveram seus sambas revisitados pela moçada.

O Samba em 4 Tempos pega o público, o coloca num bonde e faz um passeio com ele por Vila Isabel, Ramos, Madureira, Lapa, Estácio, Ilha do Governador e por onde mais o samba passou e fez história. Não adianta ficar do contra, é samba que eles querem e nada mais.

Lencinho Smith

Evento ocorrido na terça-feira, 05 de julho de 2005.

sábado, 2 de julho de 2005

MOMBOJÓ, Canastra, Os Outros


Lembro daqueles jogos de pôquer nos filmes de faroeste, onde algum aventureiro fazia uma aposta louca, acabava ganhando e ainda levava a mocinha para cama. Na noite carioca, onde muitas vezes a falta de criatividade e ousadia dão a palavra final, o show que reuniu Os Outros, Canastra e Mombojó se mostrou uma aposta louca que deu um bom resultado, embora eu propriamente não tenha levado nenhuma mocinha para a cama. Mas com certeza, as três atrações levaram o público a gozar de um alto e bom som.

Os Outros, que antes se chamavam Cinema, foram os primeiros a entrar em cena, trazendo um rock autêntico que promete amadurecer com a estrada que o grupo começa a ter junto. Vale lembrar que seus integrantes são ou foram de bandas conhecidas dos palcos e porões cariocas como a Fazenda Modelo, Noção de Nada e Aneura. Destaque para a música na qual o vocalista Botika pede para os politicamente corretos levantarem o dedo. Pode-ser dizer que ninguém saiu falando mal d’Os Outros.

Por falar em aposta, a banda Canastra encontrou a lona mais cheia e devidamente aquecida para sua apresentação, cujo repertório privilegiou as músicas do álbum “Traz a pessoa amada em 3 dias”, lançado pelo selo independente Monstros Discos. Animados, embalados e bem ensaiados, os caras mostraram porque foram indicados como uma das bandas revelações de 2004, com sua mistura de rock, country, MPB e surf music. E como o country faz parte da receita da banda, uma pitada de Matanza se fez presente, com a presença de Jimmy, vocalista do grupo.
Instigando de vez a galera, o Mombojó já entrou no palco recebendo muitos aplausos. Não decepcionaram quem aplaudiu e nem quem deixou de aplaudir. Na verdade, os presentes foram conduzidos pela banda, por pouco mais de uma hora, em uma sonoridade cada vez mais caprichada conduzida pelos teclados e samplers de Chiquinho e a voz de Felipe S.. Adelaide – nada a ver com a anã-paraguaia- foi a música que abriu o show, que ainda contou com canções do próximo cd e a participação de China, ex-Sheik Tosado, que entrou para cantar “O céu, o sol, o mar”, aproveitou a saída de Felipe S. para molhar a garganta para apresentar duas músicas de seu cd, lançado pela Cardume, e foi até o final com a banda fazendo o Circo vir abaixo com “Deixe-se acreditar”.
E pode se deixar acreditar. Afinal, noites como estas fazem o reino da alegria para as muitas bandas que estão começando. Até a próxima.

Lencinho Smith

Evento ocorrido no sábado, 02 de julho de 2005.