
Diante do público, que variava dos contemporâneos do compositor a jovens do

E esta platéia reagiu com entusiasmo a este Caetano que esbanjava energia, sentando uma única vez para uma canção solo no violão, que também rendeu um dos discursos da noite, onde afirmava ter adorado a síntese que haviam feito dele num blog: Ninguém agüenta mais esse Caetano falando. Agora pior ainda é aturar ele cantando violão. – A platéia, claro, veio abaixo.
Junto com clássicos como “It´s a long away”, “Alguma coisa está fora da ordem” e “Desde que o samba é samba”, mostrou as músicas do novo álbum como “Odeio”, “Homem” (esta parece até uma resposta tardia a “Super-Homem, a canção” do amigo Gilberto Gil), “Rocks”, “Não me arrependo”, entre outros. Todas cantadas em alto e bom som pelos caetaneados do recinto. Vale ressaltar também que não faltou reverência por parte de Caetano para com os músicos Marcelo Calado (bateria), Ricardo Dias Gomes (baixo e piano Rhodes) e Pedro Sá (guitarra), este último, por sua vez, assina junto com o compositor a direção musical do show. Todos os três possivelmente nascidos depois que Caetano já havia se lançado, exilado pela ditadura militar, retornado ao Brasil e feito a turnê do álbum Jóia. Todos os três muito bem afinados e entrosados com o jovem senhor que acompanhavam no palco.
Em suas primeiras falas, diante daquele mar de gente de braços e celulares erguidos, se dirigiu ao público de modo tímido com uma timidez que só Caetano saberia ter. Ao término, saiu de cabeça erguida, como só este mesmo Caetano saberia sair. E assim, durante dois dias, o Circo caetaneou de vez! Aplausos! Muitos! Vivos e sinceros! Como um show de Caetano no Circo Voador!
Lencinho Smith
Evento ocorrido na terça e quarta, 19 e 20 de dezembro de 2006.