sábado, 4 de abril de 2009

A Banda do Zé Pretinho chegou! E que bom que chegou!



04 e 04 de Abril de 2009

Desde 2004 tenho a honra de ter sido DJ em todas as apresentações que Jorge Ben Jor fez no palco da lona do Circo Voador. Acompanhei as passagens dele por este palco em 2004, 2005, 2006, 2007 e agora, estas mais recente, nos dias 03 e 04 de abril deste 2009. Posso dizer aqui nestas linhas que, dos artistas que surgiram na década de 60, sempre destaquei as apresentações de Tom Zé e Jorge Ben Jor. O primeiro, baiano que teve seu início de carreira associado ao movimento tropicalista, sempre brinda o público do Circo com shows inéditos, não se limitando aos seus sucessos, nem à repetição de repertório ou a banalização de discursos óbvios em cima do palco. Anote aí, leitor(a): show de Tom Zé no Circo é sempre uma saborosa caixinha de supresas.



O segundo, a quem se destina este texto, não abre mão do seus hits. Mas o que poderia ser um fator contra ou uma apresentação sem surpresas não cabe aqui. Jorge Ben Jor, com sua idade que é um dos grandes mistérios da MPB brasileira, é um dos poucos artistas que sobem no palco do Circo Voador para realizar no mínimo três horas de show. E sem muito papo furado pra passar o tempo. O devoto de São Jorge, acompanhado da banda do Zé Pretinho, emenda uma canção na outra, como quem não quer deixar nada da sua carreira escapar para aquele público. Aliás, o público de Ben Jor só faz ressaltar a longevidade e popularidade da sua carreira. Você vê lado a lado, a garota dourada de Ipanema, o militar na reserva de Realengo, a dona de casa de Madureira, a professora de informática de Botafogo, o casal de Juiz de Fora que estava passando o fim de semana na cidade, a gordinha do Grajaú, o canadense com caipirinha na mão, o bombadinho do Jardim Botânico e o garoto magrelo de dread locks do Méier. Todos lá. Pulando e cantando música por música. "Engenho de Dentro", "Que Pena", "Mas que nada", "W/Brasil", "Magnólia" e o que mais tocasse.



Uma das coisas que mais me agradou nesta apresentação foi a distribuição dos músicos no palco. Distribuídos em formato de "U", envolviam Jorge como se estivessem mais próximos. A bateria, virada no lado direito para o cantor, assim como o piano ao lado esquerdo, dava um tom de cumplicidade, de jam session, de "chega aí e vamos fazer aquele som". Na sexta, a música "Zé Canjica", do cultuado e raro álbum "Força Bruta" foi um dos destaques da noite. No sábado, que registrou recorde de público na casa, Jorge Ben Jor saiu para se recompor e voltar para o bis e, nesse meio tempo, o público cantou por inteiro o hino do Flamengo. Poucos segundos depois, o cantor voltava ao palco, cantando "Jorge da Capadócia", se cercando de várias "Miss Simpatias" escolhidas na platéia, e agradecendo ao pessoal da pista, da arquibancada, e da geral. Não precisa, Jorge. A gente é que agradece!

por Lencinho