segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Clube da Luta

Sei que vão me crucificar, mas durante o show que reuniu Ratos de Porão e Gangrena Gasosa no último dia 11, no Circo Voador, só conseguia me lembrar do funk cantado por Luis Fernando Guimarães e Regina Casé que dizia:

“A gente somos coléga
É tudo gente amiga
Por isso que nós se pórra
Por isso que a gente briga”



O show do Gangrena começou cedo e eu, que também estava de fora do Circo quando a banda atacava os primeiros acordes, fui um dos que correu pra não perder a apresentação. Ícone do metal carioca dos anos 90, o grupo se tornou popular com uma improvável mistura de thrash metal e macumba. Segundo eles mesmos, a própria banda surgiu do sonho de abrir um show do Ratos no Circo. O convite para a abertura (a segunda deles para o grupo por aqui) foi prontamente aceito.

Enquanto iam misturando clássicos como “Centro do Pica-pau Amarelo” e “Despacho From Hell” à novidades como “Se Deus é 10, Satanás É 666!” e a impagável “Eu Não Entendi Matrix”, os músicos fizeram o já tradicional arremesso de oferendas, enchendo de farofa toda a tenda (e o público) e saíram ovacionados do palco.

Quando o Ratos começou, o pau comeu. Se a frente do palco durante seus shows não é lugar muito recomendado para não-iniciados, o piso escorregadio por conta da farofa tornou o território ainda menos amigável. Enquanto João Gordo enfileirava os hits como “AIDS, Pop, Repressão”, “Beber Até Morrer”, “Agressão/Repressão” e apresentava as faixas de seu recente “Homem Inimigo do Homem”, lançado pela Deck Disc, toda a galera que se encontrava na Lapa no começo dos anos 90 para rolezinhos de skate ou pra trocar fitas cassete do Agnostic Front e Olho Seco estava ali nas imediações, dando aquela porradinha nos chapas ou uma cotovelada nas costelas daqueles carinhas que nos anos 90 eram babacas, são babacas hoje em dia e provavelmente vão morrer babacas. Prazeres que o pogo dá.

Como sempre, João agradeceu ao apoio da galera carioca e prometeu voltar em breve. Ele mesmo não sabe dizer quantas vezes esteve se apresentando na casa, mas desde que haja mais oportunidades de viver outra noite como essa, isso nem faz lá tanta diferença assim.

Leandro Ravaglia é jornalista, baixista e magrelo, por isso vai no pogo com moderação!

2 comentários:

  1. Foda que começou muito cedo....
    sempre começa muito cedo....

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  2. eu achei o horário maneiro e os shows foram muito bons, pena que o Ratos não tocou Comandos dos Ramones.

    Wagner

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