terça-feira, 27 de julho de 2010

FISHBONE DETONA!



Eu já tinha ouvido falar da banda. Poucas pessoas falando muito bem! Mas eram TÃO poucas pessoas falando TÃO bem, que dava pra desconfiar que se tratava daquele tipo de ouvinte que coleciona vinis dos trabalhos paralelos do Mike Patton,  curte Walter Franco e chega cedo em shows, ou seja, do tipo peculiar.

Daí que quando ofereceram a banda e fomos fazer uma pesquisa, descobrimos que muito menos gente no Rio conhecia o Fishbone do que imaginávamos. E olha que foi o grupo que influenciou definitivamente outros como os Red Hot Chilli Peppers e Beastie Boys.  Ja previámos um daqueles shows em que ia ter mais caceças no palco  do que na platéia, então achamos melhor declinar, mas morrendo de pena de não poder fazer.  Eis que fomos renegociando até que conseguimos chegar num acordo razoável frente as expectivas de público e marcamos o show. Ainda bem!

Como ja esperávamos, não teve milagre que comovesse mais do que cento e poucas pessoas a sair de casa naquele sábado, final de mês, pra prestigiar os californianos no Circo. Mas ao soar a primeira nota de “Unyielding”, fudeu o cú de Creuza! O Circo testemunhou uma fenômeno da natureza, uma espécie de tornado musical formando um redemoinho humano! O resto do público nao fez a menor falta!

Mesmo que você não conheça um compasso sequer de uma música deles, não tem como não ficar hipnotizado com os caras ao vivo.  O Fishbone é uma daquelas bandas que inebriam todos os sentidos ao mesmo tempo agora! Me lembrou o histórico show do George Clinton no Tim Festival, só que com uma pegada mais jamaicana.  Era o swing do crioulo doido! Os caras descobriram a pólvora e sabiam como usá-la! Éra uma pressão tao cabulosa que fez eco lá no aterro!

E o que é o front man Angelo, o popular Dr. Madd Vibez? O cara foi amamentado com red bull! Alternando-se entre rimas ao estilo Dolemite, solos de sax inflamados e o melhor uso das cordas vocais que vi ao vivo nos últimos anos, ele ainda pulava e incitava a platéia como se não houvesse amanhã. Fazia umas caretas que parecia o Anderson do Molejo com supusitórios de cocaína.  E ainda por cima é mega gente fina! Entre o final do show e o bis, ele pulou todo suado do palco, foi até o caixa, comprou uma bebida, foi até o bar, tomou a bebida e voltou pra dar o bis. Depois subiu com três putas - uma delas com uma tatuagem escrito “obsessão” na perpendicular ao rego - pro camarim e ainda fez uma festinha! Meu herói!

Depois de shows memoráveis do Social DistortionSuicidal Tendencies e Bad Brains, o Fishbone não só lavou como passou e secou a alma da galera! Amém!

2 comentários:

  1. Porra caras, a mailing do Circo parou de chegar para uma galera. Eu era uma das pouquissimas pessoas que já tinha ouvido falar do fishbone, mas não conseguir entrar para o ainda mais seleto grupo dos que sauberam do show e puderam se esbaldar....
    Uma pena!

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