segunda-feira, 24 de maio de 2010

Cat Power: Show De-leite

O poder da gata não precisa de noite quente nem de tanto barulho. Ele é de veludo, meio trôpego, sussurrado. E faz gritar, ter ideia de tempo passando rápido, faz querer se balançar no chão, como se estivesse no ar. Cat Power, mais uma vez, me deu a sensação de não precisar de muito para preencher um palco. De atitude discreta – e não menos forte –, sensual e rasgante, a moça me fez esquecer do tempo, da chuva que me pegou no caminho, do dia seguinte e de ontem. Cada música como nova, cada passo arrastado, tudo multiplicado por “muito gostoso”.
Pois foi muito gostoso estar ali, ouvir, dançar, cantar, vibrar com satisfaction e em cada nota iniciada pela moça que dava a impressão de levitar no palco.
Rápido e sem bis - fonte de alguns muxoxos ouvidos em volta -, o show não me deixou a desejar no fim: teve o tamanho necessário para ser uma delícia e enfeitar a noite de 21 de maio do Circo Voador, do mesmo jeito que enfeitou o palco do Tim Festival, na frente do qual eu fiquei pela primeira vez embevecida diante da moça que não queria sair do palco de jeito nenhum. (Mas isso já é outra história...)

Carolina Andrade escreve sobre gatas, gatos, bicho-grilos e outros coisas mais no http://palavraraalma.blogspot.com/

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